Serra do Açor - Abril 2011 - Agradecimento

In: Portugal Rádio CB

 

"Grupo DX Papa Tango" de Sintra, obrigado por existirem‏"

 

Após termos recebido todas as confirmações e atribuirmos as respectivas pontuações aos colegas que nos dias 1, 2 e 3 de Abril do corrente ano de 2011, participaram na “expedição” rádio CB à Serra do Açôr (Beira Litoral), é altura de fazermos uma pequena retrospectiva dos acontecimentos.
Sinto que as expectativas dos que viveram esta experiência não ficaram defraudadas. Até me atrevo a dizer que ficou na mente de alguns, a vontade de se repetir a experiência. Claro que, pessoalmente, estou na primeira linha de concretizar essa vontade, não fosse eu um viciado e dependente de tudo o que envolva a Banda do Cidadão, na sua vertente mais construtiva e voltada para o voluntariado, em termos de radiocomunicações ao serviço da população em geral, em cenários de acontecimentos que possam por em perigo vidas e bens.
O excelente convívio existente entre os presentes, na Serra do Açôr, foi espontâneo e os pontos comuns foram muitos. Exceptuando a vontade de “fazer rádio”, o ponto comum que mais evidência teve foi, sem sombra de dúvidas, o calor resultante da lenha, mais ou menos húmida, que ardia na lareira fazendo as delícias daquela valente e friorenta “rádio-rapaziada”.
E as iguarias do “bufet gourmet” que se estendia por aquele balcão de tijolo toscamente rebocado? Um festival gastronómico! Lá estava a cozinha francesa com o “Cassoulet”, “Coq au vin”, "Filet au poivre" e as tão apreciadas "Pommes de terre sautées". Também o “Entrecosto com frutos silvestres”, “Enchidos de aves raras”, “Lombo de veado da tapada de Alcafozes” e “Trutas do mar do norte marinadas” arrebatavam os presentes.
Não podiam faltar as tão tradicionais batatas fritas de pacote com vários sabores, nem o pão de centeio e a broa de milho. O leque de bebidas era fabuloso como a água mineral descalcificada, gasosa BB (quem se lembra?), pirolito de berlinde, cerveja nacional e leite de vaca criada nos pastos de Algés e Cruz Quebrada. Café da Colômbia mexicana moído na altura e feito numa cafeteira com água da fonte, era a cereja no bolo, como se costuma dizer… Vejam o vídeo no site do “Grupo DX Papa Tango” de Sintra.
Não tivemos duche de águas quentes e frias, ar condicionado com controlo de humidade e disparo automático, secretárias e cadeiras de executivo, iluminação indirecta com automatismo de tonalidades e sombreados, telefone de linha directa do produtor ao consumidor, corrente alterna filtrada e estabilizada vinda directamente da rede eléctrica nacional e outras mordomias, mas conseguimos sobreviver…

Foi um fim-de-semana gratificante e mais uma vez, entre muitas, concluo que vale a pena sermos cebeístas convictos. Fizemos um favor a nós próprios ao sentirmos na pele que não foi em vão estarmos ali, porque os objectivos foram atingidos.
Comunicar é preciso, e nós comunicámos. Mas não comunicámos só por comunicar. Não tratámos os nossos colegas de rádio com desdém e desconsideração como se fazia antigamente na tropa e que alguns pretendem retomar este degradante costume, copiando aquela imagem do sargento barrigudo chamar o soldado: “Ó 31, ‘tás-me ouvir?”. Então o soldado não tem nome?
Comunicámos com todos os que estiveram sintonizados não só na frequência do canal escolhido, como também sintonizados com o nosso pensamento e com a mensagem que pretendemos transmitir. Uma mensagem que gostaríamos que estivesse sempre presente no pensamento de todos nós e sempre memorizada quando nos servimos da natureza para nosso belprazer.
Não bastam só as boas intenções e as vontades de fazer. Temos o dever e a obrigação de por em prática todas as directivas e conselhos, que são do nosso conhecimento, para que a preservação do património florestal nacional seja uma realidade. É um acto de cidadania e educação cívica que é necessário e urgente praticar e transmitir aos nossos familiares, amigos, conhecidos ou mesmo desconhecidos.
Se não formos nós a defender aquilo que é de todos nós, quem é que defende? Será o F.M.I.? Será a (des)União Europeia? Será o Estado português que tem as matas nacionais sujas e abandonadas?

Não foi surpresa nenhuma, para mim, a forma como decorreu o convívio com os elementos do “Grupo de DX Papa Tango” de Sintra que estiveram na Serra do Açôr. Antes de tudo isto acontecer, por duas vezes, encontrei-me com eles e a minha percepção foi que tinha estado com pessoas bem intencionadas e educadas.
Sim, porque isto de ‘macanudos’ é um pouco complexo, e eu não me ponho de fora da questão. Ando no CB desde 1978 e conheci muita gente; mas podem mesmo querer porque é verdade. Eu não minto. Conheci pessoalmente e convivi com centenas de ‘macanudos’ do Minho ao Algarve e Açores.
Conheci e fui vítima do pior e do melhor, e como tal, tenho um conhecimento profundo do comportamento que determinadas pessoas têm quando estão por detrás de um microfone e criam, através da voz, uma imagem do que gostariam ser mas, na realidade, não o são. Até aí, a coisa não é grave, pois não passa de som, ou talvez de ruído, conforme as circunstâncias e o grau de persuasão que leva ao convencimento de quem está a escutar a “voz da sereia”.
O grave e perigoso é quando tudo isto passa à prática e o “lobo” ataca. Não será necessário continuar. Deixo a imaginação, de quem me lê, fluir e chegar a conclusões. Aliás, muitos dos que estão na Banda do Cidadão sabem como estas coisas acontecem e se calhar até já aconteceu com muitos.
Com aquela rapaziada do “Papa Tango”, as estrelas atribuídas são 5 (cinco). Já tive oportunidade de dizer que com eles, senti-me nos bons e velhos tempos da Banda do Cidadão e espero continuar a sentir-me, pois para se constituírem estas “PPP” (Parcerias Praticamente Previsíveis) nem todos têm jeito e muito menos condições. Eu sei do que falo…
Em qualquer grupo, associação ou tertúlia há sempre problemas de convívio entre os seus elementos provocados por incompatibilidades de pontos de vista e uma certa relutância de alguns elementos reconhecerem que as suas ideias ou convicções não agradarem à maioria.
Também comportamentos nada recomendáveis, de um ou outro elemento, geralmente fora do âmbito da rádio, causam indignação a quem faz parte de um todo que se pode fragmentar ou mesmo deixar de existir por as condições mínimas de convivência não estarem reunidas.
Mas se houver, dentro da comunidade, elementos que consigam contornar e/ou isolar o que de mal seja detectado, tudo o que está programado concretiza-se e os objectivos são atingidos. Isoladamente nada se consegue, sendo fundamental criar o tal núcleo duro da organização que irá gerir as vontades geradoras de projectos concretos e objectivos.
Por outras palavras, posso dizer que basta haver dois ou três “carolas” que tenham amor à causa e tenham a coragem de cortar a direito. Criar condições para que esse núcleo duro tenha possibilidade de organizar, produzir e realizar determinado evento limitando-se, quando tudo estiver pronto para ‘arrancar’, anunciar o seguinte: “nós vamos fazer, quem nos quer acompanhar?”.
Não fomentar a conversa de chacha, só fazer o que está dentro das possibilidades, não prejudicar a vida profissional e familiar. Depois de reunidas estas condições, é avançar. O resto é lixo.
É este paradigma que sinto existir e ser praticado pelos elementos que conheço do “Grupo DX Papa Tango”.

Finalmente, quero congratular-me por ter tido a possibilidade de conhecer um grupo de cebeístas sérios, isentos de tiques de vaidade a raiar o caricato e ridículo, sem aquele ar arrogante e carregado de presunção tentando contaminar a Banda do Cidadão com imitações baratas e fedorentas de radioamadores de pacotilha.
Infelizmente, é esta imagem degradante e desajustada da realidade que alguns pseudo-cebeístas pertencentes a certa organização de rádio, existente na grande Lisboa, têm mantido e alimentado ao longo do tempo. Ou será que voz do dono lhes fala mais alto? Simplesmente vergonhoso...

“Grupo DX Papa Tango” de Sintra, vocês são um exemplo vivo e actuante a seguir por todos os que lutam na tentativa de defender, divulgar e dignificar o que resta da verdadeira Banda do Cidadão em Portugal. Obrigado por existirem.

Luís Forra
26 de Abril de 2011

                                                                                                                                                                                                               

 

Caro Luis Forra

 

Todo o Grupo agradece a suas amáveis e elogiosas palavras acima transcritas .

Mas caro amigo Luis permita-nos dizer-lhe  que nôs é que agradecemos ao Grupo de Expedições Rádio CB de Almada por nos ter convidado para colaborar nesta Activação à Serra do Açor - Activação da Primavera - Abril 2011.

Foi uma grande satisfação ter-mos tido a possibilidade de fazer aquilo que todos gostamos e apreciamos, que é "fazer rádio" e "comunicar", em conjunto com quem sem dúvida  o sabe fazer "a sério" e com competência, honestidade e dedicação.

Participámos com aquilo que estava ao nosso alcance, esperando ter assim contribuido com um "pedacinho" para continuar a defender, divulgar, dignificar e manter viva a Banda do Cidadão em Portugal.

Obrigado Luis Forra.

 

Grupo Papa Tango DX de Sintra